Vou contar uma história que se passou comigo, quando mudei de casa. Na primeira semana aconteciam coisas estranhas no jardim. Apareciam montes de terra, as plantas mudavam de sítio e ouviam-se ruídos durante a noite. As roseiras mudaram de canteiro, o limoeiro mexeu-se, o baloiço e os bancos de jardim passaram para outro lado. Muito estranho!
Decidi ficar acordada uma noite para tentar perceber o que se passava. Já passava das três da manhã quando a coisa aconteceu. A terra pareceu começar a mexer-se e comecei a ouvir vozes, parecia uma discussão. Olhei melhor e vi uns homens pequeninos que saíam de um buraco no chão e que falavam uns com os outros.
Eu, muito espantada, escondida atrás de uns arbustos, deixei cair a lanterna que tinha na mão. Calaram-se todos e aproximaram-se.
- És a Inês, não és ? Não tenhas medo. Anda connosco e nós explicamos-te tudo. Mas primeiro tens que beber o que está nesta garrafa.
A curiosidade foi maior que o medo e bebi. Logo a seguir senti uma sensação muito estranha e encolhi! Os arbustos, a casa, tudo tinha ficado enorme! E eu fiquei do tamanho dos homenzinhos!
Segui-os pelo buraco no chão, depois por um túnel, e cheguei a um sítio que parecia uma cidade, cheia de mulheres e crianças pequeninas, muito atarefadas a limpar as suas casas. Que maravilha! As coisas que aconteciam debaixo dos meus pés!
Levaram-me a uma casa que parecia um palácio. Lá dentro estavam várias pessoas com um ar muito sério.
- Entra, Inês! Precisamos muito da tua ajuda. Sempre que regas as tuas plantas,inundas a nossa cidade! Por isso estamos a tentar mudar as coisas de sítio, para ver se a água vai para outro lado, ou teremos que nos mudar. Já moramos aqui há vários séculos, e gostamos deste local. Tens que nos ajudar!
Ainda muito espantada, tentei pensar rapidamente numa solução.
- Já sei! Ponho todas as plantas atrás da casa e faço um muro debaixo de terra para a água não ir para a vossa cidade. Começo as obras amanhã. À frente, sobre a cidade, fica apenas o baloiço e os bancos do jardim.
- Obrigada, Inês. Como agradecimento, vamos dar-te uma caixa de poções de encolher, para vires visitar-nos sempre que quiseres. Ah, e não contes a ninguém o nosso segredo, claro. Um dia nós contamos-te toda a nossa história. Quando chegares ao teu jardim, voltarás ao teu tamanho normal.
Subi ao jardim, e voltei ao meu tamanho normal. Muito me custou dormir
nessa noite!
Quando acordei, pensei que tinha sonhado. Mas na mesinha de cabeceira lá estava uma pequena caixa cheia de pequenas garrafinhas!
Maria Inês Neves 5º Ano
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